terça-feira, 19 de julho de 2011

Amor é fogo que arde sem se ver ...

 
O amor é fogo que arde sem se ver…


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “ a sexualidade é uma energia que nos motiva a procurar o amor, contacto, ternura e intimidade, que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual, ela influência pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso, influência também a nossa saúde física e mental”.
A sexualidade humana está presente desde o início da existência do indivíduo, e desenvolve-se à medida, que o ser humano se constrói como pessoa, integrada numa comunidade.
A sexualidade humana é um fenómeno complexo relacionado não só com a biologia como também com os seus sentimentos, afectos, sonhos e fantasias e com a cultura dos povos. A sexualidade contribui para o equilíbrio do ser humano e dá sabor à vida. Pode dizer-se que é a expressão saudável do afecto e que não há sexualidade verdadeira sem responsabilidade, sem auto-estima e sem respeito pelo outro.
Um tempo de mudança: Puberdade / Adolescência
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define “adolescente como o indivíduo que se encontra entre os dez e os vinte anos de idade”. No nosso país há psicólogos que definem a adolescência como uma etapa do desenvolvimento que ocorre desde a puberdade até a idade adulta. A puberdade é caracterizada por transformações morfológicas, fisiológicas e comportamentais. Nesta fase manifestam-se os caracteres sexuais secundários e os órgãos sexuais tornam-se funcionais, isto é, aptos para a reprodução. As modificações físicas são acompanhadas de alterações do comportamento e das emoções. Dúvidas, alegrias intensas, atracção por outros, transformações de personalidade, são alguns dos aspectos desse comportamento, pelos quais por vezes entram em conflito / rotura com os adultos, distanciando-se em relação aos progenitores. Tanto no rapaz como na rapariga, desenvolve-se um intenso desejo de autonomia.
                


Um século de controle de nascimentos: métodos contraceptivos
Na espécie humana, o acto sexual não está obrigatoriamente ligado à reprodução. Uma relação amorosa pode não pressupor o desejo de ter um filho. Ter um filho é algo demasiado importante e precioso para que seja fruto do acaso ou de um descuido.
Actualmente, existem processos, designados por métodos contraceptivos que permitem o planeamento dos nascimentos. Existe uma grande diversidade de métodos contraceptivos, uns mais eficazes do que outros e com modos de actuação diferentes. Contudo, não existe um 100% eficaz. Os métodos contraceptivos podem agrupar-se em métodos naturais e métodos não naturais, o que permite que cada pessoa possa escolher de acordo com a situação.
Nos métodos contraceptivos naturais é calculado o período fértil da mulher (altura próxima da ovulação), e tenta-se evitar a fecundação. Com os métodos contraceptivos não naturais pretende-se impedir a fecundação, ou a nidação ou ainda a ovulação. Estes últimos dividem-se em químicos ou mecânicos.


Métodos naturais
Conhecimento do período fértil da mulher, isto é determinação do período durante o qual ocorre a ovulação.


Método do calendário



Num ciclo de 28 dias, a ovulação ocorrerá por volta do 14º dia. Não protege contra as DST´s.



Método da temperatura basal
Avaliar a temperatura do corpo da mulher. Deve ser registada sempre à mesma hora, com o mesmo termómetro introduzido na vagina ou no ânus. A temperatura sofre uma descida, seguida de uma subida, a partir do momento da ovulação até à menstruação seguinte. Não protege contra as DST´s.


Método de Billings ou do muco cervical
Através da análise do muco cervical produzido pelo colo do útero que escorre pela vagina pode ser calculado o período fértil. Durante o período fértil o muco vai fiando transparente, fluído e elástico, chegando a atingir 15 a 20 cm. Não protege contra as DST´s.


Coito interrompido
O coito interrompido não é um método contraceptivo eficaz pois esta sujeito a numerosos “acidentes” de gravidez não desejada. Os espermatozóides podem já estar presentes no líquido ejaculatório – líquido que vai saindo do pénis durante a excitação e antes da ejaculação. Basta um espermatozóide para fecundar o óvulo. Não protege contra as DST´s.



Métodos não naturais ― Barreiras mecânicas
Impedem o encontro entre o espermatozóide e o óvulo, isto é, a fecundação
Impedem a implantação do óvulo fecundado no útero.





Preservativo masculino
Manga em forma de saco de borracha (látex) muito fina. É colocado no pénis antes da relação sexual e recolhe o sémen. O preservativo é descartável, isto é, deve ser usado uma só vez. Protege das doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez não desejada.



Preservativo feminino



Manga em forma de saco colocado na vagina, recobrindo-a internamente
            



Diafragma
Dispositivo de borracha em forma de cúpula que é inserido na vagina antes da relação sexual. Cobre o colo do útero de forma a impedir a passagem dos espermatozóides. Devido a terem tamanhos diferentes a sua adaptação deve ser feita por um médico. Só deve ser retirado cerca de seis horas após a relação sexual. Não protege contra as DST´s. 


Dispositivo intra-uterino (DIU)
Pequeno dispositivo de metal ou plástico de formas variadas, inserido no útero por médico. Funciona por libertação de substâncias como o cobre. Método muito seguro e reversível. Tem uma longa duração de acção. É um método “invisível”. Não protege das IST’s.



Métodos não naturais ― Barreiras químicas
Substâncias que matam os espermatozóides ou impedem a ovulação.






         Espermicidas





Espumas, cremes ou óvulos colocados na vagina antes da relação sexual.
              



              Pílula
Hormonas tomadas por via oral que se tomadas correctamente tem uma elevada taxa de eficácia face a uma gravidez não desejada. Não protege das IST´S e esta sujeita a toma regular. A pílula não protege da gravidez nos seguintes casos: esquecimento de mais de 12 horas; vómitos nas 4 horas após a toma; em conjunto com alguns medicamentos e antibióticos.


Implante contraceptivo


Pequeno bastonete de plástico semi-rígido, aplicado por baixo da pele, na face interna do braço, aplicação e remoção feita por médico É eficaz durante três anos. Não protege contra as DST´S.



Existem outros métodos contraceptivos que correspondem geralmente a outras fases da vida dos casais ou são resposta a necessidades e escolhas particulares. São exemplos: o anel vaginal, o adesivo contraceptivo, os métodos cirúrgicos (laqueação das trompas e vasectomia), etc.

Contracepção de emergência: a contracepção de emergência (ou pílula do dia seguinte), não é um contraceptivo de utilização regular. É como o nome diz, um método de emergência, e deve ser tomada pela rapariga ou mulher nos 3 três dias (72 horas) depois da relação sexual não protegida, impedindo a ocorrência de uma possível gravidez.

Gravidez na adolescência: a sexualidade é muito mais do que uma mera relação sexual é também uma relação que criamos com nós próprios e com as outras pessoas. Implica sentimentos e ligações especiais, que envolvem afectos, amor, confiança e, também, o modo de dar e receber prazer. A sexualidade também nos faculta a capacidade de reprodução, mas o nascimento e a criação de um novo ser envolvem muita responsabilidade e condições económicas e sociais suficientes que garantam um meio adequado ao seu pleno desenvolvimento. Ter um filho é algo demasiado importante e precioso para que seja fruto do acaso ou de um descuido. Na adolescência, a gravidez, é normalmente vivida com grande sofrimento e exige uma mudança na vida individual e familiar da jovem mãe, que…
       
... tem sentimentos de culpa;
…enfrenta reacções negativas por parte da família;
…interrompe os estudos;
…altera o seu projecto de vida;
…não está preparada para essa responsabilidade;
…tem uma vida diferente das jovens da sua idade.
Em Portugal, há um elevado número de mães adolescentes, que engravidam em ligações ou namoros pontuais.   


Dupla protecção; preservativo/método anti-contraceptivo
Além do risco de gravidez indesejada, ou irreflectida a entrada precoce na vida sexual activa traz o risco de contágio por doenças /infecções sexualmente transmissíveis. A dupla protecção é a utilização de um método contraceptivo para evitar a gravidez, associado ao preservativo para a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis. Mesmo utilizando contraceptivo tão eficaz como a pílula é necessário uma protecção relativamente às IST´s.

As sombras: infecções sexualmente transmissíveis (IST)
As doenças sexualmente transmissíveis são uma realidade que ensombra a sexualidade humana. Dadas as proporções que algumas dessas doenças assumem na actualidade, elas constituem uma preocupação para a qual a sociedade tem de ser continuamente alertada.
As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são doenças provocadas por bactérias, fungos, vírus e que são transmitidas por contacto sexual, quando um dos parceiros se encontra infectado. As mais conhecidas são: a sida, a hepatite B, o herpes genital, a sífilis, o papilomavírus humano (HPV), entre outras. A infecção é causada pela presença e a multiplicação de agentes patogénicos que se encontram nos fluidos corporais (ex: o sangue, o esperma, a saliva, as secreções vaginais) ou nas mucosas da vagina e do pénis. As principais vias de transmissão são as relações sexuais vaginais, anais e orais. Muitas das doenças sexualmente transmissíveis conduzem, se não forem tratadas, à esterilidade. Além disso, podem atingir diferentes órgãos, provocando transtornos diversos que poderão conduzir à morte.
VIH/Sida ―  a sida é provocada por um vírus chamado VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), que ataca o sistema imunitário, paralisando as defesas naturais que deixam de conseguir opor - se às bactérias, vírus, fungos e parasitas diversos. Fica assim o caminho aberto para as doenças provocadas por estes diferentes organismos que, normalmente, seriam combatidos e neutralizados pelo sistema imunitário. O VIH é um vírus que quando se encontra fora do corpo, em contacto com o ar, morre rapidamente. A transmissão pode ocorrer através: do sangue, do esperma, das secreções vaginais que contêm o vírus e entram na circulação sanguínea de outra pessoa. Isto acontece: nas relações sexuais vaginais, anais ou orais sem preservativo; no contacto com sangue infectado, por exemplo, aquando da partilha de seringas; de mãe seropositiva para o bebé durante a gravidez, o parto e o aleitamento. O VIH não se transmite: pela saliva, por abraços, apertos de mão, beijos, carícias, massagens, tratando um doente, bebendo um copo, utilizando a sua louça, as mesmas toalhas e respirando o mesmo ar; pela picada de insectos, pela tosse e espirro, nas casas de banho e nas piscinas.
Regras de ouro para evitar a transmissão da Sida
Nunca haver penetração sem preservativo.
• Nunca deixar que o esperma entre em contacto com a boca, em caso de sexo oral.
• Não ter contacto boca – sangue menstrual ou secreções vaginais, no sexo oral.
• Não partilhar seringas.
A Sida é uma doença como as outras
É uma doença que tem a ver com todas as pessoas, qualquer que seja a sua idade e sexo. Os modos de transmissão do vírus são conhecidos, assim como os meios de prevenir a transmissão. É, portanto, possível a protecção eficaz deste vírus que não se “apanha” como uma constipação ou gripe. O VIH não se transmite pelos gestos quotidianos, mas somente através de relações sexuais desprotegidas, ou pela troca de seringas. Devemo-nos proteger do vírus e dos contactos de risco, mas não das pessoas.

       

VHB: a hepatite
As hepatites provocadas por vírus são transmissíveis e distinguem-se sobretudo devido à sua estrutura genética, o seu modo de transmissão, a sua perigosidade e possibilidade de tratamento. A infecção é frequentemente assintomática (sem sintomas). Mesmo em casos de infecção crónica as pessoas não têm sintomas durante anos, ou mesmo décadas. As principais vias de contágio são: relações sexuais não protegidas, mãe-filho, lágrimas, suores, saliva e fezes e ainda o contacto directo com sangue contaminado. Os vírus da hepatite, que podem ser transmitidos por via sexual são: VHB, VHC e VHD.  
O vírus da Hepatite B é 50 a 100 vezes mais infeccioso do que o VIH
As pessoas sexualmente activas que mudem de parceiro com frequência ou ocasionalmente devem usar sempre preservativo. Para esta doença existe vacina que está inserida no Programa Nacional de Vacinação (PNV).
 A vacinação de todas as pessoas é a única forma de eliminar ou erradiar este vírus. As vacinas contra as hepatites não dispensam as precauções que devem ser tomadas quer nos relacionamentos sexuais quer no consumo de drogas por via endovenosa, pois continua a haver o risco de infecção pelo VIH/Sida e VHC.


Papilomavírus Humano (HPV): o Papilomavírus Humano (também conhecido por HPV) é o responsável pelo cancro do colo do útero. Este vírus transmite-se facilmente por contacto sexual (com ou sem penetração), pelo que todas as pessoas sexualmente activas estão em risco de infecção independentemente do seu sexo, idade ou etnia. Para além do cancro do colo do útero, o vírus pode causar outras doenças genitais, tais como lesões pré-cancerosas do colo do útero, da vulva e vagina e condilomas genitais (espécie de verrugas que surgem na região genital externa e/ou próximo do ânus, de homens ou mulheres). Hoje, há uma maior protecção contra o HPV, pois a combinação do rastreio e da vacinação maximiza a eficácia do combate ao cancro do colo do útero. O preservativo não protege complemente contra a transmissão do Papilomavírus Humano pois o vírus não coloniza unicamente o pénis, mas também a púbis ou a face interna das coxas, mas minimiza a infecção. A vacinação contra o HPV faz parte do Programa Nacional de Vacinação.



  

Vacinar é um passo de extraordinária importância

Herpes Genital: o vírus Herpes simplex é o responsável pelo aparecimento de vesículas ou bolhas nas mucosas ou pele. Este vírus possui duas variantes (Herpes simplex 1 e o Herpes simplex 2) e qualquer uma delas, pode provocar o herpes genital. A única forma de contágio do herpes genital é a via sexual. Uma vez no organismo, o vírus multiplica - se levando ao aparecimento de manchas vermelhas inflamatórias e de bolhas dolorosas. Não há vacina nem tratamento definitivo, mas apenas tratamento dos sintomas da infecção.
       





O preservativo previne a disseminação da infecção.

Sífilis: a bactéria Treponema pallidum que para sobreviver necessita de ambiente húmido e quente é a responsável pelo aparecimento de úlceras genitais e posteriormente lesões na pele e mucosas. Doença curável se for tratada atempadamente. As únicas formas de transmissão são: por contacto sexual e por via placentária. É curável se for tratada atempadamente, mas pode levar à morte se alcançar o sistema nervoso ou o coração. A sífilis provoca mal deformações ou a morte do recém-nascido.
           

O uso do preservativo é muito importante